Talvez você já tenha ouvido falar em complexo de inferioridade, e ficou se perguntando se isso estaria afetando sua vida de alguma forma. Para entender melhor como ele pode se apresentar para você e minar sua vida, vou trazer uma pergunta que uma seguidora me fez certa vez no Instagram:
“Não se achar boa no que faz ou não mudar de área por medo de não dar certo é complexo de inferioridade?”
É sim. E, mais do que isso, o complexo está levando a melhor. E isso não podemos deixar acontecer.
Veja, todos, absolutamente TODOS nós temos um complexo de inferioridade em algum lugar. Faz parte do nosso desenho de fábrica. Nós nos sentimos errados, inadequados, pequenos.
Agora esqueça o “porquê”. A pergunta certa é “para quê”.
Acontece que esses complexos são uma sacada de gênio da vida. Porque eles nos forçam a olhar para dentro. A encontrar dentro de nós, custe o que custar, a força que poderá, finalmente, dissolver essa desgraça.
É como se a vida já soubesse que iríamos nos perder por aí. Que já íamos nascer num mundo que nos ensina tudo, MENOS como despertar os fabulosos potenciais que temos em nós. Que assim ficaríamos fraquinhos, vulneráveis. Bobinhos, manipuláveis.
É como se a vida já soubesse que iríamos tentar contornar o complexo com conquistas externas. Diploma, emprego, relacionamento, casa, status, família.
Mas isso não resolve absolutamente nada, nadinha do complexo. No máximo, vivemos com medo de perder tudo no dia seguinte. O fracasso está sempre espreitando ao lado. Isso não é vida.
Pois é, a vida sabia que se não sentíssemos algum desconforto, nunca haveria uma busca por algo a mais.
Todos os seus medos não estão “lá fora”, eles estão no seu próprio campo energético, como se fossem uma energia própria. E na hora da batalha eles estão levando a melhor sobre você. Ainda.
Esses medos, na linguagem junguiana, é o que chamamos de complexo. Sun Tzu vai chamá-los de “o inimigo”. Na neurociência, vai se chamar “sequestro da amígdala”: o modo de sobrevivência fica tão hiper-ativado que bloqueia todos os outros processos pensantes do cérebro.
A questão é: o problema, esse não é difícil de enxergar. A questão é COMO ganhar essa batalha.
E aqui vem o segredo: o que mantém o complexo vivo é tentar resolver ele por uma ação externa. É a única coisa que não deve ser feita – e é o que todo mundo faz.
Dentro. O caminho é sempre dentro.
Quando você fala que não se acha boa, é porque não está à vontade. Não está à vontade com você mesma, nem com as escolhas que fez. Aí é claro que você não se energiza pra mudar de área – para quê, se vai levar o complexo junto?
É hora de, ANTES de tudo, recuperarmos nossa relação conosco. É hora de esquecer os elogios e críticas alheios. Os parâmetros externos de o que é dar certo ou errado.
Você precisa se tornar uma pessoa confiável para você mesma. Saber que, não importa o que acontecer, vai preservar quem realmente é. Enquanto você fizer escolhas que não te deixam à vontade e que te respeitem, como vai haver confiança?
Se você quiser entender melhor o que são complexos, a gente falou um pouco mais sobre eles aqui. E mais, nesse outro papo a gente conversou sobre como lidar com os complexos, o que fazer para dar tchau para eles de uma vez por todas.
O complexo é um alerta. Quando ele aparece para mim, batata. É que me deixei de lado.
E você, o que acha desses complexos?