Como a mitologia e a neurociência podem te ajudar a desempacar na vida?

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Você já deve ter percebido por aqui que a gente gosta de falar sobre o inconsciente, né? Hoje a gente vai mergulhar um pouquinho mais fundo nesse assunto que a gente ama!

Vamos começar bem do chão de fábrica: a neurociência. Existe uma coisa muito importante sobre o cérebro que você precisa saber: o cérebro não faz uma leitura da realidade. Ele interpreta a realidade.

Ou seja, de que realmente é feito o mundo? Sei lá. Ninguém sabe.

Se você acha que o seu cérebro é obediente e te mostra as coisas como são, ferrou. O cérebro nos entrega uma realidade 100% virtual, acredita? E de acordo com o que ele nos faz essa entrega? De acordo com as suas crenças.

Alguns elementos muito simples da realidade são compartilhados por todos nós, ok. Um exemplo são as cores.

Nós temos retinas parecidas, então vamos interpretar as frequências de cores de formas parecidas. Todos nós estaremos mais ou menos de acordo que o fundo dessa página é branco e que as letras são pretas, certo?

Maaas para construções mais complexas, o cérebro vai usar… Sistemas de crenças!

Se você acha que o mundo é ruim, seu cérebro vai agir e interpretar como se de fato fosse. Se você acha que não existe transformação na vida, e que isso é papo de bicho-grilo, assim será.

Você não identificará o potencial de transformação e nem desenvolverá ferramentas para isso.

Se você foca cada vez mais em transformação, em autoconhecimento, e vê essas coisas como perfeitamente possíveis, yes, sir, então assim será. O cérebro vai se adaptar a essa informação da realidade.

O sistema de crenças é a matriz.

Seu sistema de crenças define com quem e como você se relaciona. Define seu caminho e potenciais profissionais. Define se você cresce ou empaca. Define como você vai deprimir, ou vivenciar felicidade.

Entender isso é assumir o leme. Não entender é deixar que o barco siga conforme a vontade das águas.

Como diria Mestre Yoda, “só é diferente na sua mente. Você precisa desaprender o que aprendeu. O seu foco é a sua realidade”.

E como o cérebro constrói o sistema de crenças? Como podemos mudá-las? Está preparado?

Através de histórias.

Achou que eram conceitos abstratos por aí? Claro que não.

Quando você era criança, sua mãe te contou uma história sobre o fulano, que era vagabundo, não estudava e não obedecia seus pais. O fulano passou sérios apuros na vida e se arrependeu amargamente.

Daí quando você não queria estudar, ela falava: “Lembra do fulano, do que aconteceu com ele?”

Agora nós deixamos a neurociência e vamos para Jung. Jung vai trabalhar diretamente nesse sistema de construção da realidade através das histórias. Ele vai perceber que essas histórias são os mitos da humanidade. Vai identificar padrões.

Da mesma forma que só quem entende de programação pode mexer num algoritmo, nós precisamos ser profundos conhecedores dos nossos padrões e como eles funcionam, se quisermos mudá-los.

Comece a perceber as histórias na sua vida.

“Poxa, fulana fez dieta, botou silicone, ficou gostosa e arrumou um namorado. Ah! Então se eu quiser um namorado, vou precisar fazer o mesmo.”

Pronto, você incorporou uma crença… através de uma história!

Agora nós vamos para esse cara aqui, Carl Jung, psiquiatra suíço. A teoria de Jung se baseia no seguinte: o que você percebe, identifica da sua vida, é a pontinha do iceberg. Ele fala que isso é o CONSCIENTE.

O restante são os outros 99% que você não vê. São os padrões ocultos, os algoritmos. São eles que definem sua vida, é aqui que tudo de mais importante acontece. É o que ele chama de INCONSCIENTE.

E nisso Jung e a neurociência estão totalmente de acordo. A gente só percebe 1%, 2% de tudo. E só.

E o que nós temos no inconsciente de acordo com Jung? Sombra, animus e anima, Self. Lembra que a gente já falou deles aqui antes?

Além dessas três camadas, temos só mais uma coisinha. Lembra das histórias que eu estava falando antes? Pois então, nas histórias estão os padrões. E como mudar esses padrões.

São os mitos. Os contos de fadas. Por exemplo, Star Wars carrega uma história: a jornada do Herói. Harry Potter também. Por isso a gente se conecta tanto: porque aquele material fala diretamente conosco.

E aí aparece uma outra galera que também faz parte do inconsciente: os arquétipos.

Jung percebeu que existe um troço chamado inconsciente coletivo. Vamos falar que é um campo. Veja, não é ele que está na nossa cabeça, nós é que estamos dentro dele.

Nesse inconsciente coletivo tem todos os padrões possíveis. É o equivalente à teoria de campos mórficos do Sheldrake, mas isso já é um outro papo.

Se você contar uma história de mal de amor para um nativo do Tibet, ele vai te fazer um chá, porque vai entender perfeitamente. Se você contar do conflito com seu pai, você vai ganhar outro chá, porque ele vai continuar entendendo.

São padrões universais.

Certo, nesse incrível inconsciente coletivo que todos nós acessamos, tem a sombra, o animus e a anima, o Self, enfim, toda essa galera que já conhecemos. Até aí ok.

Mas também tem esses padrões. Muitos outros padrões. Eles são do coletivo, mas vão agir na sua vida numa forma inteiramente pessoal e única. Esses são…

Os arquétipos.

Pense numa receita de bolo. Um mesmo bolo de laranja pode ter muitas variações de receita. E mesmo que você siga a mesmíssima receita da sua amiga, o bolo dela pode ficar bem diferente do seu.

A “receita” é o arquétipo. A Mãe, o Pai, o Filho, o Herói, o Sábio, o Mago são arquétipos. São forças. São padrões de energia.

Os povos antigos chamavam esses arquétipos de deuses.

Zeus, Afrodite, Odin, Ísis… São os mesmos arquétipos, com diferentes nomes de acordo com as culturas.

Os mitos são as histórias que “ensinam” como lidar com esses arquétipos – como estruturas do nosso inconsciente.

Quando você encontra diretamente um arquétipo na sua vida, você tem uma experiência mística. Os arquétipos puros são padrões muito poderosos, acima da nossa vida “normal”.

Para Jung, tem duas formas principais de trabalhar o inconsciente (e nós temos que usar as duas:

  1. Estudar os mitos: os padrões dos arquétipos, os deuses e deusas;
  2. Estudar o inconsciente como forças da natureza. Aqui entra a alquimia.

Chegou a hora de embarcarmos nessa aventura!

Agora que você já sabe que existem padrões ocultos do seu inconsciente que podem te inspirar ou bloquear aspectos da sua vida, chegou a hora de saber que padrões são esses que estão em ação! Qual deus/a está dando as caras por aí?

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