Da síndrome de impostora à maternidade: como arquétipos de deuses influenciam nossa vida

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Não sei se você tem acompanhado nossos papos aqui, mas nos últimos tempos temos falado muito de deusas e deuses. E aí talvez você ache os mitos interessantes, mas não consegue ver a aplicação prática desse conhecimento na vida.

“Como isso ajuda no meu dia a dia, Fran?”

Nossa, a aplicação prática é absurda. Veja, deuses e deusas são arquétipos, ou seja, padrões de comportamento.

A mitologia grega, nórdica, africana etc trazem os mesmos padrões de comportamento inconscientes, mesmo que a roupagem seja diferente. Esses padrões de comportamento influenciam todos os aspectos da nossa vida.

Um mesmo deus/deusa/arquétipo pode se apresentar na nossa vida em três diferentes níveis de consciência.

No nível de consciência mais baixo, ele vai se expressar como sombra: uma dor, um medo, um bloqueio.

No meio, no nível de consciência intermediário, ele vai se expressar nas suas preferências do dia a dia. Como você gosta de trabalhar, como você se relaciona, como você interage nos ambientes etc.

Nesse nível estão suas preferências costumeiras, como você convive com outros deuses e deusas. É o seu habitual, o pão com queijo de todo dia.

Já no nível de consciência superior nós vamos encontrar a parte transcendente do arquétipo.

Desse nível para baixo é a personalidade. Desse nível para cima é a resposta, a solução. É o aspecto numinoso, iluminado do arquétipo. Aqui se encontram tanto a solução para o dia a dia como a solução para a sombra.

Tudo certo até aqui? Então agora vamos colocar em prática.

Para esse nosso “estudo de caso”, vamos escolher uma deusa específica: Atena.

Atena é a deusa da sabedoria, do conhecimento, da habilidade. Então quando essa deusa aparece como sombra na mulher, o que acontece?

A mulher vai ter a famosa síndrome do impostor. Ela não se sente inteligente, não se sente capaz de conquistar as coisas no dia a dia. A sombra de Atena aparece especialmente nos ambientes profissionais.

Certo, sombra já sabemos, são aspectos de síndrome do impostor/a.

Passando para o próximo nível, agora vamos ao funcionamento do dia a dia. Como vai ser aqui? Aí vai depender da área da vida. Maternidade, relacionamentos, trabalho, finanças…

Pegando relacionamentos, por exemplo. Essa é uma mulher que presta muita atenção no aspecto financeiro/profissional do parceiro.

Vamos imaginar, o cara perde o emprego, fica desmotivado, se joga no sofá por um mês. Ele fica parado sem procurar emprego, nada. Para a mulher Atena, isso é intolerável. Ela precisa ter admiração pelo cara na questão profissional.

E como nós trabalhamos o aspecto superior de Atena? Aí nós entramos no significado de Atena. Atena é sábia. Temos que evocar sabedoria, princípios, valores.

A mulher pode tanto trabalhar dentro da imaginação ativa, imaginando a deusa ao seu lado, armada, blindada, protegendo essa mulher, como fazendo uso dos princípios, da sabedoria.

Aqui a mulher vai se perguntar: o que é sábio de se fazer nessa situação? Como que eu posso respeitar os meus princípios e valores? E assim ela consegue se guiar de uma forma que dê para solucionar os problemas específicos dos níveis de consciência menores.

O melhor de tudo é que a gente pode aplicar isso para todos os deuses/deusas. 

Uma vez que você tem consciência de qual arquétipo está influenciando aquela área específica da vida, fica bem mais fácil lidar com os desafios que aparecem no dia a dia.

Esse é o poder oculto que esse conhecimento traz para nós. Depois que a gente entende isso e leva para todos os outros setores da vida, a gente vê a magia acontecer.

E como aplicar isso em áreas específicas da vida?

Agora vamos pegar como exemplo os filhos. Conhecer deuses e deusas ajuda também no nosso relacionamento com eles. Já dá para ir percebendo qual a deusa/deus mais forte inclusive em crianças, e assim ir adaptando a criação de acordo com o arquétipo dominante.

A criança irá desenvolver vários outros arquétipos ao longo da vida, mas o arquétipo de alma é muito claro.

Inclusive, quando uma pessoa não sabe qual é seu arquétipo de alma, aquele mais profundo, eu sugiro que peça para os pais contarem como ela era quando criança.

Por exemplo, eu consigo perceber que minha filha é Ártemis. Ela tenta colocar o próprio sapatinho umas 30 vezes, e fica furiosa quando não consegue. Ter que pedir ajuda da mãe para isso é uma frustração total para ela!

Como eu sei que ela é Ártemis, eu nunca “chego colocando” o tal sapato.

Eu primeiro pergunto: “Você quer tentar pôr o sapatinho primeiro? Não se preocupe, se não der certo agora, logo logo você estará colocando os sapatos sozinha. A mamãe não vai colocar o sapato por você, só vai te ajudar, pode ser?”

Eu a deixo escolher o sapato, a roupa, por mais que seja uma combinação zoada. Porque eu sei que isso é importante para ela.

Por outro lado, se eu tenho um filho Ares, eu já sei que ele precisa gastar energia. Ares é aquele garoto hiperativo, que precisa entrar num futebol, numa aula de luta, ele precisa extravasar esse gás. Não é o garoto quietinho que fica na dele.

Ares é o “garoto problema” que precisa de muito contato físico. Ele precisa de abraço, reforço, proximidade.

Esse é o poder dos mitos. Conhecer os deuses e as deusas e reconhecer como eles se apresentam na nossa vida implica transformação. Uma transformação profunda no nosso modo de se relacionar, trabalhar, lidar com o inconsciente.

E aqui vem o pulo do gato: mais importante do que identificar “que deusa eu sou”, afinal você certamente está se enxergando em muitas delas, é: “ONDE essa deusa está dando as caras?”

Se você percebe a deusa e o que ela está tentando dizer naquela área específica da vida, é mais fácil conversar com ela e evitar os danos. Porque são justamente os deuses e deusas ignorados que criam os problemas e nos colocam em conflito.

Agora que você já sabe que existem padrões ocultos do seu inconsciente que podem te inspirar ou bloquear aspectos da sua vida, chegou a hora de saber que padrões são esses que estão em ação! Qual deus/a está dando as caras por aí?

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