As sete premissas do trabalho com o inconsciente

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Imagine que você vai fazer uma viagem. Você está indo morar num país novo, que tem uma cultura desconhecida, uma língua diferente e costumes aos quais você não está habituado.

Você pode encarar aquilo como uma aventura, com um friozinho na barriga de expectativa. Ou pode achar aquilo um saco, ou até assustador, por achar que nunca vai se acostumar a essa nova vida.

De uma forma ou de outra, ter um mapa da viagem vai ajudar bastante a não se perder. Esse mapa vai mostrar os melhores caminhos, que percursos evitar e por onde ir se quiser chegar ao destino correto.

Quando começamos a expedição do trabalho com o inconsciente, podemos encarar essa jornada da mesma forma: como uma aventura, um aborrecimento ou um martírio.

Mas de qualquer forma, se a gente conhece o “caminho das pedras”, a viagem fica mais fácil. E conseguimos colocar as mãos nesse mapa quando temos em mente algumas premissas principais.

  1. Há dois caminhos possíveis no trabalho com o inconsciente, o racional → intuitivo e o intuitivo → racional. E os dois são necessários. Um não existe sem o outro.

Esses são os dois caminhos de transformação possíveis quando desbravamos o universo do inconsciente. Falei com detalhes sobre esses dois caminhos nesse texto aqui. Essa conversa está imperdível, confere lá antes de continuar aqui.

  1. O inconsciente nos trata como nós o tratamos. Se o ignoramos, ele “bate” de volta, através de transtornos e dificuldades de vida.

O inconsciente é um excelente professor. Ele nunca dá lição de moral. Ele só aponta: “olha, se você fizer isso, vai acontecer aquilo dentro de você”.

O problema é que nós não prestamos atenção ao que ele tenta nos ensinar. E, assim como um bom professor, ele vai mudando o método de ensino até o aluno entender a lição.

Primeiro são mensagens mais “leves”, como uma sincronicidade aqui, um sonho ali. Mas se a gente não ouvir o que ele gentilmente tem a nos dizer, ele vai começar a mandar dificuldades no trabalho, crises no relacionamento, transtornos na família, problemas de saúde e por aí vai.

Até que uma hora a gente vai ser “obrigado” a parar e prestar atenção ao nosso trabalho interno.

  1. Ninguém pode fazer esse trabalho por você.

É como cuidar do corpo. Imagine que seu médico falou que você precisa diminuir os níveis de colesterol e açúcar no sangue. Ninguém pode ir para a academia por você. Ninguém pode comer alimentos saudáveis por você.

O trabalho com o inconsciente é da mesma forma: pessoal e intransferível. Mas que, assim como se exercitar todos os dias, vai valer a pena.

À medida que você começa a movimentar seu corpo, você vai percebendo um aumento na sua disposição, vai ficando mais energizado, mais concentrado, parece que o dia rende mais. E pode até se perguntar por que não começou aquilo antes.

O mesmo se aplica à relação com o inconsciente. Depois que você começar esse processo, vai notar sua vida mudando, seu modo de encarar os acontecimentos vai se transformando, e você vai se questionar por que esperou tanto para dar esse primeiro passo.

  1. A principal característica necessária para esse trabalho, a chave do sucesso para ele é uma só: paciência. Quando você identifica o problema, não vai resolvê-lo no dia seguinte.

Digamos que depois de um certo trabalho interno você conseguiu identificar a raiz do problema. E agora, o que você faz?

Aí você ESPERA. Espera o inconsciente te MOSTRAR o próximo passo. E esteja atento às mensagens que o inconsciente for te passando ao longo desse processo.

Só o fato de prestar atenção e identificar o problema já energiza o processo e faz parte da cura dele.

Lembra do exemplo da atividade física aí em cima? Pois então, é a mesma coisa aqui. Não é de um dia para o outro que você vai perder cinco quilos de gordura, ou ganhar dez quilos de músculos.

Não é num estalar de dedos que você vai curar o relacionamento com seus pais. Ou solucionar os problemas do casamento. Ou dar um fim à escassez financeira. Esse é um trabalho gradual, que precisa de paciência.

  1. Quanto mais você prestar atenção e se dedicar à linguagem simbólica da sua vida, mais facilmente o seu inconsciente se comunicará com você.

O início é difícil, mas conforme o processo acontece, ele se torna cada vez mais fluido e maravilhoso.

É como aprender uma língua nova. No começo o aprendizado é custoso, parece que nunca vamos aprender a falar aquele idioma. Mas com o tempo as coisas vão se encaixando e ficando mais fáceis.

Lembro de um um curso de inglês que eu comprei em que o professor disse uma frase que nunca mais esqueci.

Ele dizia que quando você quer aprender uma língua nova, você precisa primeiro ler. Ler muito, ler o tempo todo. Estar sempre em contato com essa língua. Isso muito antes de formular qualquer frase ou praticar conversação.

Colocar as legendas em inglês, configurar o celular em inglês. Ler muito, muito, muito em inglês.

E, se formos ver, esse conselho dele se aplica demais à nossa comunicação com o inconsciente.

Precisamos estar sempre em contato com a língua nova que queremos aprender. Se estamos falando de uma linguagem sutil, como a do inconsciente, de um nível de consciência mais elevado, precisamos estar sempre atentos a ela.

Precisamos colocá-la na configuração do celular, colar na geladeira, escrever no espelho. E aí começaremos entender as mensagens que ele quer nos passar.

No início vamos pegar uma palavra aqui, outra ali. Depois vamos entendendo frases inteiras. E, quando a gente menos esperar, vai conseguir interpretar uma mensagem completa do inconsciente. E vai ser uma sensação incrível.

  1. Qual o objetivo do inconsciente? A sua evolução pessoal e espiritual. É para isso que você veio a esse mundo.

Digamos que o inconsciente tem um propósito muito bem definido: nossa evolução. Inclusive, esse foi o principal desentendimento entre Jung e Freud.

Freud dizia que o principal instinto que nos norteia é a sexualidade. Jung discordou.

Para Jung, o nosso principal instinto é o do crescimento. Ele tem uma frase que eu amo: “a consciência pensa em termos de anos. O inconsciente, em termos de milênios”.

O inconsciente está trabalhando há milênios para a evolução coletiva. E nossa missão é contribuir para isso, através da nossa própria.

Seu objetivo nessa vida não é pagar boletos e descansar vendo Netflix. Você veio nesta existência para fazer coisas extraordinárias.

Temos um potencial incrível dentro de nós, e nascemos aqui para crescer, para curar nossas sombras, fazer as pazes com nosso animus/anima, nos conectar ao Self. E, assim, contribuir um pouquinho que seja na melhoria do mundo.

  1. O inconsciente tentará inicialmente se comunicar com você de forma “suave”, com sonhos e símbolos. Se você ignorá-lo, ele precisará “gritar”, e isso pode vir através de problemas, doenças, sintomas etc.

Por que o inconsciente não fala “diretamente” com a gente? Por exemplo, “faça isso, não faça aquilo, você vai se ferrar se continuar assim.” Ele bem que podia mandar um WhatsApp para a gente, né!

Provavelmente, nossos ancestrais sempre entenderam com clareza as mensagens do inconsciente. Elas são universais: tanto você como um senador romano conhecem o nó nas tripas antes de falar em público.

Não é que o inconsciente passou a falar difícil. Nós que fomos nos desconectando dele ao longo dos séculos.

Mas é chegado o momento de nos conectarmos novamente com ele e aprendermos a sua linguagem, para termos uma vida próspera, saudável e vivendo-a em nossa máxima potência.

Agora que você tem em mãos esse mapa do tesouro que é o trabalho com o inconsciente, resta saber: preparado para iniciar essa aventura?

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