Uma das maiores queixas que vejo hoje em dia é a falta de energia. Inclusive, tenho certeza que você já passou por alguma situação dessas, quer ver só?
Você precisa terminar um trabalho, um projeto super importante, o que for. E cadê a energia? Você fica procrastinando até o limite do prazo. Se enrolando com outras coisas.
Ou então você se propõe a começar um estilo de vida saudável. Mas depois de uns dias não encontra “ânimo” para ir para a academia. Cadê a energia, a empolgação?
Ou ainda: você quer se relacionar com alguém. Mas parece que uma parte sua age “contra” o relacionamento, criando ciúmes, confusão, querendo se afastar. E por aí vai.
Por exemplo, vou falar o que é, ao menos, a minha maior dificuldade nesse assunto (e, segundo Jung, é a questão número 1 da maioria de nós – ou, ao menos, deveria ser).
EQUILÍBRIO.
Jung chama de homeostase. É um tal de equilibrar as energias da vida profissional, da amorosa, da familiar, do ser mãe, do se encontrar, e mais tantas outras coisas. E para ficar ainda mais difícil, esse “ponto” do equilíbrio muda a todo momento.
Só que em vez de parar um pouco e analisar a situação, todos nós temos essa coisa de “agora não tenho tempo de fosforilação. Tenho coisas práticas e concretas para resolver. Não tenho tempo de ficar viajando na maionese de símbolos, sonhos e tal”.
E daí, o que acontece?
Você está há um bocado de meses (às vezes, até anos) exatamente no mesmo lugar: tendo coisas práticas e concretas a resolver, e não tendo tempo a perder. E os problemas CONTINUAM lá. A energia continua faltando. Tudo igual. É uma roda de rato.
Essa pressa de resolver as coisas deixa a gente parado no mesmo lugar, é impressionante.
Mas não adianta, tem que dar um passo para trás, para entender o que está acontecendo. Numa quantidade assombrosa de vezes, estamos brigando com o problema errado.
Aqui, o que pega é: como descobrir qual é o “problema certo”? Para facilitar isso para você, elaborei uma forma de fazer essa leitura de “como está a minha vida e o que preciso mudar” de um jeito mais simples e prático.
E sabe qual é o jeito mais prático? Olhar a energia.
Esqueça olhar para onde dói, do tipo “ah, eu tenho o meu sentimento de inferioridade, como lidar com ele?”. Não, não vai por aí, isso é um buraco negro. Se você entrar, é mais provável que seja tragado por uma ruminação sem fim do que de fato conseguir resolver o problema.
Você só consegue mexer nesse ninho de vespas DEPOIS de tirar a energia dele.
Só que antes disso você precisa saber que temos quatro pontos principais de energia:
1. Nosso tempo;
2. Nossos bens e dinheiro;
3. Nosso bem-estar e saúde;
4. Nossos relacionamentos.
Esse é o checklist básico que você vai analisar (não precisa ser nessa ordem).
Mas veja, isso não é uma listinha de “nossa, como estou ferrado, socorro!”.
Sua energia dificilmente vai estar 100% em todos os departamentos. Isso é mais como um painel de carro.
Onde há escassez, quer dizer que há menos consciência.
Se no painel do carro aparece que a gasolina está no fim, você não fica culpando o carro ou se martirizando. Você só precisa abastecer. Pronto. É para isso que o painel existe. O painel está nos sonhos e nos detalhes simbólicos do seu dia a dia. É só um aviso para você colocar mais consciência aí. Só isso.
E, muitas vezes, só de colocar consciência em um desses pontos já melhora muito.
Quando eu falo em colocar consciência, é prestar atenção, analisar como você se sente nessas situações, fazer leituras simbólicas do que te deixa intrigado.
Porque nossa consciência é como se fosse uma mamãe com muitos bebês. Ela só consegue prestar atenção em um de cada vez. Então, repetidamente, temos que levar consciência de novo para aquele bebê. Verificar se ele está com fome ou já fez mais um cocô.
Certo, digamos que agora você já identificou onde sua energia está sendo roubada. E agora, o que você faz?
Existem muitos caminhos que você pode seguir para começar a trabalhar nisso. Mas um dos que eu acho mais fascinantes é através do reino intermediário.
Porque veja, quando entramos nesse reino intermediário, ou mundo sutil, a primeira coisa que encontramos são as forças em ação.
Vamos encarar assim: sua vida é a sua casa.
Na parte que você vê (teto, paredes, piso etc), estão suas escolhas profissionais, sua qualidade de vida, sua saúde, seu patrimônio, seus relacionamentos românticos (ou a falta deles), maternidade, paternidade etc etc etc.
Na parte que você não vê (a fundação, os alicerces, a fiação elétrica, o encanamento etc, ou seja, o reino intermediário “por trás” da sua casa), estão suas emoções, crenças, intenções, energia de prosperidade que fazem a coisa fluir, energias de escassez que impedem o crescimento e muito mais.
E aí a coisa começa a ficar interessante. As energias de prosperidade e escassez determinam se uma área da sua vida vai estar toda arrumada e bem iluminada, ou totalmente alagada e esburacada. Tudo isso acontece justamente onde a gente não vê, no reino intermediário.
A boa notícia é que a gente começa a trabalhar nesse reino fazendo uma coisa que falei ali em cima: tomando consciência dele. Aumentando a sua conexão com o inconsciente.
Eu considero que o canal está “aberto” para esses conhecimentos quando surge uma necessidade interna de busca, de “algo a mais”. Enquanto ainda não tiver essa coisa pulsando, esquece.
Sentir só curiosidade serve? Serve. A curiosidade é uma das formas de o inconsciente “chamar” a nossa atenção. Sorrateiramente, aos pouquinhos. E depois a gente não quer nem saber de uma vida sem essa riqueza interna.
O próximo ponto começa quando vem aquela coisa “hum, o que será que é isso? Será que isso me ajuda?”. Porque desejar esse conhecimento sem querer usá-lo para mudar a própria vida é inútil. Esse material “escapa” de nós quando queremos o conhecimento “só porque sim”.
A necessidade é que abre essa porta.
Então, se você sente uma espécie de chama que se acende aí dentro, um calor gostoso e vibrante, uma sensação de urgência, é chegado o seu momento de acessar esses conhecimentos.
É hora de transformar uma vida de esforço desgastante e inútil, em uma vida de conhecimento e fluxo.