Desvendando o místico: por que a crença em magia ainda assusta?

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Hoje em dia, vemos muita gente que tem um certo problema com “magia”: acha que isso é besteira, coisa de gente supersticiosa. Ou então até acredita na magia do reino intermediário, mas tem medo do julgamento dos demais.

Por que se julga tanto quem acredita em algo “místico”? É só por causa do charlatanismo ou tem algo mais por trás disso?

Antes de tentar responder essa pergunta, quero saber de você. Pare um pouco e responda com toda sinceridade: você se assusta ao ver palavras como “místico” ou “magia” por aqui? Esse é um assunto tranquilo para você ou você fica meio desconfortável ao se deparar com esses temas?

Eu tenho o meu palpite, mas quero saber o que você acha. Você se considera místico? Tem vergonha? Está confuso? Até se sente atraído por esses assuntos, mas tem medo que o pessoal te chame de doido?

Eu entendo, sei como é. E para a gente investigar isso, vamos começar pelo Zeitgeist. Você já ouviu falar nesse termo? É algo como “o espírito da época”.

Agora, vamos voltar um pouco no tempo. Na época de Jung, o Zeitgeist era um pouco diferente.

Imagine o início do século passado, 1910, por aí. Era uma época em que a ciência ganhava força e se faziam muitas pesquisas e experimentos. Mas, ao mesmo tempo, o “desconhecido”, o “místico”, estava em alta. As pessoas iam para a missa domingo de manhã, mas no sábado anterior tinham ido para uma mesa de ouija tentar falar com os mortos.

Foi a época das grandes videntes, de Blavatsky, de Gurdjieff, das escolas místicas e teosóficas.

Era muito comum encontrar figuras extremamente “céticas e racionais”, da ciência, negócios ou Igreja, entrando sorrateiras em “shows” de incorporação, mediunidade, o que fosse. As pessoas liam a Bíblia durante o dia, e Kardec à noite.

Aqui começou Freud, aqui nasceu Jung. Os caras “beberam” desse clima da época.

Inclusive, Jung escreveu muito sobre isso. Que quanto mais racional e caxias fosse a mente, mais o inconsciente “compensava” – buscando outras formas de explicar a realidade.

E agora esse Zeitgeist se repete, e não sou eu que estou dizendo. Estamos entrando em um muito parecido com aquele. Quer ver só?

Jung nunca esteve tão em alta, depois de 80 anos restrito a um círculo muito exclusivo de terapeutas. As pessoas se interessam, perguntam. Mas nesse Zeitgeist de agora as coisas estão um pouco diferentes. Está tendo um equilíbrio maior entre o lado cético e o lado “místico”.

Outro ponto importante é que o Zeitgeist influencia a pesquisa, assim voltou a se estudar questões mais sutis, depois de um longo tempo de silêncio.

E então voltamos para Jung. Em seu livro Estudos Experimentais, um dos primeiros dele, tem uma coisa muito interessante. Foi ali que ele descobriu o inconsciente. E veja só, não foi lendo livros, mas fazendo… experimentos!

Ele criou um experimento chamado “teste das associações” (que até hoje é desconcertante fazer). Mas que, na verdade, era muito simples: havia uma lista de palavras, e a pessoa precisava responder a primeira palavra que lhe viesse à cabeça, o mais rápido possível.

Só que, aliado a isso, ele montou um aparelho chamado galvanômetro: ele media frequência cardíaca, sudorese, dilatação pupilar e pressão arterial, para acompanhar as respostas do inconsciente (o sistema nervoso autônomo).

Alerta de spoiler: com esses experimentos, Jung estava procurando complexos inconscientes.

E ele encontrou. Muito mais do que ele estava procurando, até. Ele viu que determinadas palavras desencadeavam gatilhos, e então algum complexo inconsciente era ativado.

Daí ele percebeu que pessoas diferentes tinham “palavras-gatilho” diferentes: para uma pessoa, era a palavra “mãe”. Para outra, a palavra “pobreza”. E assim vai.

O mais curioso era: quando esse complexo era ativado, TODO O TESTE a partir daquela palavra mudava. A pessoa se tornava lenta e confusa nas respostas, levava 5 vezes mais tempo para responder algo, se atrapalhava toda… E não percebia.

Aí ele fazia o inverso. Pegava as palavras que a pessoa tinha dado como associação, e pedia qual era a palavra “original”. Daí, pasme: o caos era maior.

Mas era um caos que tinha um padrão. Era simbólico.

Por exemplo, digamos que a palavra “mãe” a pessoa associava com “mulher”. Daí ele dava a palavra “mulher” e a pessoa associava com… bruxa!

Então Jung selecionava as palavras que tinham desencadeado esses complexos. E começava a pedir associações dessas palavras. Era o caos completo.

O mais interessante é que as pessoas nunca percebiam que eram aquelas palavras que as deixavam tão alteradas. Se não fosse o galvanômetro, passaria batido.

E aí o mesmo acontece com as palavras “magia”, “bruxaria”, misticismo etc. Também, pudera, depois de séculos de “caças às bruxas” e da cisão entre “magia” e ciência, ficaram os resquícios desses pensamentos.

Porque veja, antes, muito antes, magia e ciência eram uma coisa só. A “psicomagia”, por exemplo, era uma doutrina hermética (esse termo está no livro Caibalion). Só que com a queda de consciência que veio mais tarde, ela foi fracionada.

Daí as ciências psicológicas ficaram de um lado: o estudo analítico e perceptivo da mente, carregado de enorme valor, mas que perdeu o potencial transformativo. A expressão mais pobre disso é racionalizar um problema, mas sem conseguir resolvê-lo.

Do outro lado, ficou a magia. Aqui, a magia acabou ficando muito concreta. O caso extremo disso é a pessoa que arranja um olho grego para afastar mau olhado, mas não percebe seus próprios complexos em ação.

A boa notícia é que o mundo está mudando.

Mudanças gigantescas estão acontecendo a nível energético, e estamos entrando num momento em que o objetivo maior é resgatar o nível de consciência que tínhamos no passado muito, muito remoto. Ou, em outras palavras, despertar nossa memória.

Isso é tremendamente difícil de fazer, ou melhor, ERA. Mas agora, muito em breve, vai ficar bem mais fácil. Justamente por conta de algumas mudanças que a Terra está passando.

A conjuntura se repete, e estamos chegando no momento de darmos esse enorme salto evolutivo, de encontrar de volta as ferramentas muito específicas para lidar com nossas dificuldades de hoje, com nossos medos.

O lado bom disso tudo é que estamos aqui neste momento evolutivo do planeta exatamente para treinar. Para aprender, evoluir, pegar o jeito da coisa. Adquirir o domínio da nossa mente, saber organizar o nosso campo psíquico.

E como você faz isso? Entrando no reino intermediário. Seu mundo psíquico.

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