Você já se perguntou o poder que a simbologia dos acontecimentos do dia a dia têm em sua vida, em suas interações e até mesmo na maneira como você vê o mundo?
Esse é um assunto que muitas vezes é deixado de lado, ainda que se trate de uma ferramenta incrivelmente prática na hora de entender a nós mesmos e aos outros.
E olha que não estou falando de algo que é simplesmente bonito ou impressionante. Me refiro a algo essencial, algo que pode mudar o rumo da sua vida.
Compreender a simbologia é como ter um tradutor do inconsciente em mãos, ajudando a descobrir significados escondidos e a entender melhor as complexidades daqueles que estão à sua volta, seja mãe, pai, companheiro/a, filhos, chefe, e por aí vai.
Porque cada expressão que usamos, cada situação que encontramos tem um significado simbólico que pode nos guiar para uma compreensão mais profunda do mundo ao nosso redor. E veja, isso não é um luxo para poucos escolhidos ou quem tem tempo de sobra.
Este é um conhecimento poderoso e acessível que pode ajudar você a ver as situações de uma nova perspectiva, transformar desafios e, quem sabe, sua própria vida.
Mas como exatamente isso funciona na prática? Como saber mais sobre simbologia?
Imagine, por exemplo, que você tem uma reunião com um cliente, ou alguém da empresa. E a pessoa te fala: “meu departamento está no fundo do poço”. O que ela realmente está te dizendo?
Que eles cometeram, inconscientemente, todos os erros e autossabotagens possíveis.
Porque só vai “até o fundo do poço” quem comete, sistematicamente, um erro atrás do outro. E existe um motivo maior por trás disso.
Uma pessoa ou uma equipe só vão até o fundo do poço quando não querem mais ser vistos como eram. O fundo do poço é quando todos os outros desistem deles. Desistem de cobrar.
Então, sem cobranças, eles conseguem se reinventar e começar a subida. Por isso, cobrar de uma pessoa ou turma que está nessa situação que eles voltem ao funcionamento anterior só os fará afundar ainda mais.
Essa é a simbologia do fundo do poço.
Agora, se a pessoa te fala: “estou soterrado de trabalho/problemas”, a simbologia é outra.
Você pode ingenuamente entender que essa pessoa precisa de menos funções. Mas não é verdade. Estar soterrado remete à simbologia da terra. Aqui, o trabalho dela se tornou concreto demais, operacional demais. Ela não está enxergando o objetivo maior disso. O que isso impactaria a vida das pessoas.
A pessoa “soterrada” de trabalho precisa de inspiração. Que a lembrem o grande objetivo disso, qual será a diferença que ela fará no final, com tudo isso. Ela precisa não de menos funções, mas de mais significado no que ela está fazendo.
Já a expressão “correr atrás do rabo” tem a ver com aquela imagem da cobra engolindo o próprio rabo. Essa imagem se chama ouroboros. E perceba que “correr atrás do rabo” indica um círculo.
Tá, e daí? E daí que a ouroboros só aparece em duas situações. Uma: quando há uma grande imaturidade em ação. Outra: quando a pessoa acessa o material místico e numinoso do inconsciente.
Evidentemente que, pelo nível em que ainda estamos, em 90% dos casos será a primeira situação. A imaturidade.
Veja, a ouroboros é a origem. A pessoa ainda está presa no inconsciente de origem, os pais. Ainda acha que o problema dela é externo, que não tem nada a ver com ela. A imaturidade faz com que ela fique andando em círculos na vida.
No caso, quando uma pessoa se define como “correndo atrás do próprio rabo” (ou estando numa gaiola de hamster, que também faz referência ao círculo), ela está dizendo que a solução não está no concreto. Ela precisa nada mais, nada menos, de um salto de consciência.
Porque a única forma de sair de um círculo vicioso é com o salto. Assim, o círculo se revela como uma espiral. É o DNA, a estrutura da vida. É a estrutura biológica, e também psíquica.
Por isso que o fundamento hermético diz “assim como em cima, é embaixo. Assim como é embaixo, é em cima”: nossa estrutura biológica, o DNA, tem a mesma estrutura e fundamentos que a nossa estrutura psíquica. E vice-versa.
Agora, partindo para uma aplicação da simbologia nos acontecimentos concretos do dia a dia, imagine a seguinte situação: um belo dia, quando você menos espera, percebe uma rachadura enorme na parede da sua casa. E aí, qual o significado simbólico da rachadura?
Aqui podemos dizer: é a casa que cai, né? Se fôssemos analisar como um sonho, a casa, nos sonhos, representa sua estrutura de vida.
(Aliás, essa é sempre uma boa estratégia: se você está querendo entender o significado de um determinado acontecimento e não souber por onde começar, analise a situação como se estivesse interpretando um sonho.)
Então, se aparecesse no seu sonho uma casa com uma imensa rachadura na parede, isso indicaria um padrão antigo que começa a se desfazer, porque já tem outro pronto para nascer. E isso também se aplica à casa concreta, de tijolo e argamassa.
Afinal, mudar de casa realmente nos tira totalmente da zona de conforto. Botar tudo em caixas, separar o que vai para a vida nova e o que não vai. Ter ousadia, torcer para tudo dar certo. Pensar de forma próspera. Decidir como será a próxima estrutura de vida, a próxima padaria favorita etc.
Percebe o poder que esse conhecimento traz? É realmente aprender a “ler o que o inconsciente está te dizendo” e assim ter acesso a informações que poucas pessoas têm hoje em dia, e que te permitem fazer escolhas mais assertivas em cada momento decisivo.
Infelizmente, apesar de ser um conteúdo fundamental em nossas vidas, acho que esse é um buraco gigante na nossa formação, porque até tem livros sobre o assunto, mas são livros densos, não são tão “palatáveis”.
E é por isso que estou pensando em incluir esse tema nA Casa, de uma forma que fique gostoso e prático de ser assimilado.
Porque mesmo com essa lacuna, minha missão é você perceber o quão prático esse conhecimento é na hora de lidar com pessoas e situações. E como você pode usar isso para transformar sua vida, seja a vida concreta ou a sutil.
Agora me conta: em que outras expressões/situações do seu dia a dia você consegue enxergar o simbolismo por trás?