Você já sentiu que o problema de alguém te atingiu de alguma forma, mesmo quando aquilo não estava relacionado com você?
Por exemplo, digamos que há um problema de escassez financeira com seus pais. Esse problema não tem ligação direta com você, mas está te afetando. Como fazer?
Esse é um exemplo perfeito de quando uma separatio, um corte energético é necessário.
Aqui, para ajudar, imagine uma árvore. A árvore tem muitas simbologias: a árvore da vida, a árvore cabalística, um símbolo do Self… Mas ela também representa outra coisa: o sistema de crenças de uma família (a árvore genealógica).
E aí, quando a gente vê esses casos de escassez na família que parecem ser uma herança passada de geração em geração, se quisermos dar um basta neles, é necessária uma coisa: a ruptura com esses padrões.
Pois bem, digamos agora que você tomou a decisão de fazer esse corte. Então talvez esse seja o momento que você me pergunta: “Tá, Fran, mas COMO eu corto essa energia familiar que me afeta?”.
Porque sim, eu adoraria falar que é só coisa da nossa cabeça, mas a escassez familiar e a conjugal afetam sim, e muito.
Aliás, acho que se eu fosse fazer um ranking dos principais problemas que trazem no Instagram, família na escassez e marido na escassez estariam entre os cinco primeiros.
Socorro, e agora? Tem jeito?
Agora você tem uma escolha. Sinto muito, mas é uma escolha.
O inconsciente trabalha com Leis Energéticas. E, exatamente da mesma forma que a energia entra na sua casa, para uma determinada energia entrar, ela precisa sair de outro lugar.
Ou seja, se você cuida dos seus pais e se sente responsável por eles, a energia deles te afetará. Muito.
Com marido, idem. Se você se sente responsável por ele, pelo bem-estar e pela felicidade dele, pronto, temos aí mais um caso que as energias se misturam. Inclusive, nada errado com isso, mas saiba que você criou não um caminho, mas uma RODOVIA energética entre vocês.
Daí, se ele vive na escassez, na ansiedade, nada está bom e coisas do tipo, isso vai consumir sua energia.
Veja, você não precisa fugir de casa. Mas saiba que a blindagem energética começa com sua compreensão de que esse é um problema DELE. Você pode não concordar, mas não é da sua responsabilidade. Você não vai perder o sono com isso. Ele é bem grandinho já.
Aliás, esse é um ótimo parâmetro. Está perdendo o sono por causa dele? Pode parar e repensar. Com os pais é a mesma coisa. Na verdade, é pior, porque marido/esposa sempre dá para trocar.
Inclusive, teve uma aluna que perguntou sobre isso na primeira turma do R8, no módulo de blindagem emocional. Os pais ruinzinhos de saúde, a mãe diabética com todos os piores hábitos. Ela deveria continuar cuidando, insistindo para eles se cuidarem, mesmo que isso estivesse estressando-a e aborrecendo-a constantemente? O que fazer?
A resposta: nada, ué. A real é que não tem o que fazer. O nosso livre arbítrio termina quando começa o do outro. Inclusive, essa é uma situação extremamente comum. Lembro que eu já vi muito isso no consultório. E quase nunca é algo fácil de se lidar.
Porque veja, pros pais, de uma forma geral, filhos não são orientadores, não são conselheiros. Na maior parte dos casos, socialmente falando, os pais não aceitam bem conselhos de filhos.
Claro, há exceções a essa regra, que é quando a personalidade da mãe ou do pai é uma personalidade mais aberta, mas quase sempre existe uma questão de hierarquia, psicologicamente falando. Então sempre que os filhos tentam cuidar dos pais dá problema.
Então entra sim a necessidade de um corte energético. Porque é preciso separar o concreto do simbólico.
Você pode cuidar dos seus pais mais velhos, idosos, de forma concreta. Mas você não pode cuidar deles de forma simbólica. Quanto mais você tentar cuidar deles de forma simbólica, mais eles vão se revoltar. E mais eles vão reagir a isso de uma forma negativa. Porque é uma invasão de campo.
E isso vai levar a outra atitude: quando nós nos sentimos responsáveis por alguém, temos o péssimo hábito de achar que temos o direito de interferir na vida da pessoa. O que traz outro péssimo hábito a reboque: como isso nos consome, esperamos ao menos um pouquinho de gratidão. Mas não.
O que costuma vir é… ressentimento.
Mas claro, né. Ninguém gosta de ter sua vida energeticamente invadida.
Ou seja, sentimento de responsabilidade para com o outro é igual a problemas. Simples assim.
Agora, isso NÃO quer dizer que devemos deixar a pessoa de lado e que não podemos CONVERSAR com ela sobre isso.
Por exemplo, olha uma pergunta muito boa que uma seguidora fez:
“Mas Fran, no caso de escassez/prosperidade é válido conversar com o parceiro sobre isso? Sendo uma importante mudança interna e externa que estou fazendo na minha vida, eu posso propor que essa mudança seja em conjunto? Até que ponto? Porque eu vejo o casamento como uma espécie de sociedade, e que por isso não daria para separar essas coisas completamente.”
Certamente que você pode conversar sobre isso. E se o parceiro entrar nessa, é maravilhoso! O que não podemos é nos sentir responsáveis pela escassez/prosperidade do outro. Agora, se houver uma MÍNIMA chance de o parceiro ter uma mentalidade próspera, isso é sensacional!
Casais assim se tornam muito fortes e poderosos. É muito legal de ver.
Tudo certo até aqui? Já entendemos que não devemos nos sentir responsáveis pelos pais e pelo parceiro, ok. Só que aí, nesse momento, pode surgir uma pergunta muito pertinente: mas e com filhos? Como não se sentir responsável por eles, pelo bem-estar deles, pelo que eles passam?
E foi exatamente isso o que uma mãe me trouxe certa vez: “Sempre pensei que nós, pais, temos de oferecer experiências aos filhos, suporte, o que eles precisarem, enfim, para se desenvolverem bem e serem adultos responsáveis. Não entra nossa responsabilidade aí?”
Com filhos é outra história. Um filho é sim nossa responsabilidade. Mas veja, até completar 18 anos e um dia. Depois, ele faz o que quiser.
O problema é quando nos sentimos responsáveis por um ADULTO. Um adulto emancipado.
Então, quando o filho faz 18 anos, você entrega ao Cristo Cortador. Você vai amá-lo para sempre, e estar sempre disponível para tudo. Mas não é responsável por ele. Não mais.
E aí, quando você faz esse corte, seja com filhos adultos, pais, companheiro, quem for, isso deixa a relação entre vocês melhor. Muito melhor. Você passa a aproveitar, a curtir a relação de uma forma muito mais leve e gostosa. Os problemas dos outros deixam de te afetar como antes, e não há mais aquela expectativa de gratidão ou ressentimento na equação.
Agora me conta: você sente que algum corte energético está precisando ser feito por aí?