Como lidar com a dor do luto? (Fim do relacionamento)

Compartilhe esse texto via:

Eu, você, todos nós já passamos ou vamos passar pelo término de uma relação. Pode ser um relacionamento de anos, ou algo que mal tenha dado os primeiros passos. Mas um fator comum em quase todos os términos é que esse é um processo dolorido.

E agora, o que podemos fazer quando enfrentamos uma separação? Como lidar com algo tão difícil? Existe alguma dica que ajude nesse momento? Afinal, mesmo que estejamos tranquilos com a decisão, sabendo que era o certo a se fazer, ainda pode doer bastante.

Nesse momento, uma coisa que precisamos perceber atentamente é o tipo de dor que sentimos.

Existem dois tipos de dores:

1. Dor necessária → Nigredo, mortificatio

2. Dor desnecessária → “O mais preto que o preto”

Veja, é muito importante considerar que a dor é necessária. Ela faz parte do processo – não sofrer agora significa sofrer depois. A alquimia precisa acontecer.

Agora, nem TUDO dentro dessa dor faz parte do que podemos chamar de dor inevitável, essencial. Logo, tudo isso que não é fundamental entraria na categoria da dor 2.

Portanto, o nosso trabalho aqui é limpar a dor “adicional” que nós criamos, além da dor natural do luto. Ela é o que os alquimistas chamavam de “mais preto que o preto”: um turbilhão de negatividade que prejudica o nosso discernimento.

Mas e como diferenciar uma dor da outra?

Veja, a dor natural, necessária, simplesmente dói. Ela tem uma certa naturalidade, aceitação. Você não tem muito o que pensar, apenas sentir.

Eu vejo essa dor como positiva. Porque se não há dor num término, é que a relação simplesmente se tornou tão tóxica que a pessoa só consegue sentir alívio.

E a dor desnecessária? Bom, ela nos deixa confusos, angustiados, hesitantes. Fica uma sensação de “erro”. Que se as coisas tivessem acontecido de forma diferente, o fim não teria sido necessário. Ficam aquelas famosas dúvidas: “e se…?”.

Essa dor, sim, nós podemos trabalhar. Podemos diminuir o turbilhão, a angústia.

O que acontece, muitas vezes, é que nessas horas vêm inúmeros pensamentos na nossa mente, que mais atrapalham do que ajudam:

“Doeria menos se tivéssemos ficado juntos.”

Não é verdade. A dor do luto, inclusive, pode ser vivida ainda dentro da relação. Quantas pessoas você percebe que continuam em relacionamentos que “já morreram”? É pior ainda, porque você não consegue processar e encerrar o ciclo.

“Teria sido mais fácil/menos trabalhoso ficar na relação.”

Outra coisa que não é verdade. Todos os caminhos de vida dão trabalho igual. Mas alguns trazem crescimento e novos ciclos, enquanto outros, não.

Então, o que eu gosto muito, nesses momentos, é praticar a gratidão:

“Eu sou profundamente grata a mim, por ter tido forças de encarar algo tão desafiador. O meu Eu do Amanhã é profundamente grato ao meu Eu de Hoje por ter sido tão corajoso. Amanhã, minha vida será inteiramente diferente, e muito melhor, por causa dessa coragem de hoje.”

Eu acho essa prática linda. E muito amorosa. Olhar que cada dia essa dor vai ser menor, e que ela está adubando uma terra nova. Porque junto com o fim de relacionamento, acontece algo muito mais importante: o fim dos padrões. De todos os padrões anteriores que não servem mais.

Se não vivenciamos a dor, o padrão simplesmente se repete. E não é o que queremos!

Agora, o que fazer quando o luto foi vivido, uma parte de você está decidida a seguir em frente, faz planos, corre atrás de objetivos, mas algo lá no fundo fica cultivando uma pequena esperança de viver algo novamente com aquela pessoa?

E o pior, você não quer cultivar essa esperança. Você quer seguir sua vida, você sabe que merece ser feliz. Mas ainda tem alguma coisa lá no fundinho que te segura.

Sabe o que isso lembra? Isso mesmo, o mito de Pandora.

Se você não conhece a história, ela é mais ou menos assim: Prometeu tinha um irmão meio burro, chamado Epimeteu.

Aqui, um parêntese: Prometeu significa “aquele que pensa antes de agir”. Epimeteu significa “aquele que age antes de pensar”.

Pois bem, Prometeu avisou o irmão para não aceitar nada, nadica dos deuses. Mas quando os deuses enviaram Pandora, uma moça linda, perfeita e além, óbvio que o moço ficou de cabeça virada, jogou o conselho do irmão pro alto e a tomou como esposa.

Junto com a moça, de presente de casamento, veio uma caixa. Sim, você provavelmente conhece essa parte: não pode abri-la de jeito nenhum, imagine, mas claro que Pandora abriu.

E então saíram de lá todos os males do mundo, e ficou no fundinho a esperança.

Esse mito tem várias análises. Mas a que eu quero trazer aqui é que a Pandora é…

A anima projetada.

Basicamente, o mito diz, sem maiores floreios, que o homem que se casa com a anima projetada é um idiota. E casar com a anima projetada é uma bagunça (no caso de nós, mulheres, trocamos por ele, o animus).

Ou seja, essa esperança lá no fundo é o animus “segurando a projeção”.

E o que a gente faz com essa bicha da esperança? Deixa ela ir também, claro.

Nesses casos, eu acho válida uma boa conversa com o animus/anima. Algo como: “eu sei que é você. Sei que tenho coisas a trabalhar, e vou trabalhá-las. Mas isso não tem NADA a ver com esse relacionamento”.

Agora, por que o animus fica segurando essa projeção?

Simplesmente porque ele quer que você entenda que ele existe. E que você o projetou. Enquanto não fazemos aquele salto de consciência de “ahh, eu estou assim porque existe uma projeção em ação” ele não arreda o pé.

Então, basicamente, temos a nossa versão Prometeica, que conhece o inconsciente e age de forma alerta, e a nossa versão Epimeteica, a boba feliz que vai indo de projeção em projeção e levando na cara.

Essas estruturas inconscientes, animus e anima, têm papel determinante nos nossos relacionamentos. E aqui não me refiro a somente relações românticas, mas também com a nossa família, trabalho, amigos…

Ou seja, é fundamental conhecê-los, para não cairmos em suas armadilhas.

Porque veja, o papel original do animus e da anima é serem os nossos guardiões espirituais. Só que nós sobrecarregamos eles com um monte de coisa, daí acabamos entrando em situações de dependência, de sobrecarga.

E agora, como virar essa chave?

Esse é o ponto de partida do Maestria do Amor. Todas as sutilezas da relação, os entendimentos e desentendimentos, são produto do campo a dois, com ação direta do animus e da anima.

E quanto menos você tem consciência dessas estruturas inconscientes, mais a relação é governada por elas. Que, aliás, são ótimas em arrumar confusão.

Por isso, se você quer sair de um domínio completo do animus negativo e começar a vivenciar a jornada com o animus, a anima, positivos, te convido a conhecer o Maestria do Amor.

Nele você vai descobrir como manter uma relação saudável com seus animus/anima, e assim estender esse campo positivo para todos os relacionamentos da sua vida – transformando os pontos de conflito em pontos de conexão.

E isso ajuda a “arrumar” muitas das tretas comuns nos relacionamentos, seja primeiro encontro ou bodas de prata. Podem ser desde pequenos atritos até grandes crises.

Para saber mais sobre como o Maestria do Amor promove profundas mudanças nos relacionamentos, clique no botão:

Compartilhe esse texto via:

Inscreva-se na newsletter

Assine a minha newsletter e receba
conteúdos exclusivos por e-mail.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

plugins premium WordPress