Como os rituais influenciam a nossa mente? A neurociência explica

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Você é adepto de rituais na sua vida? Tem a impressão que com rituais parece que tudo acontece? Se sim, saiba que você não está sozinho nessa. É por isso que os antigos usavam tanto o ritual.

Primeiro, temos que tirar o preconceito em cima do ritual. Ouvimos que é coisa de “povo primitivo”, gente supersticiosa, e que nós, modernos filhos da ciência, não precisamos dessas coisas.

Essa premissa é um erro feio.

A sabedoria dos antigos se mantém viva porque veio de uma incrível capacidade de observação. E eles perceberam, há muito tempo, o enorme potencial neuropsíquico do ritual.

Mas para entender como os rituais influenciam a nossa mente, antes temos que ver uma estrutura cerebral chamada tronco encefálico.

No tronco encefálico há uns “trequinhos” chamados estruturas subcorticais da linha média. Elas são uma espécie de “plugue” do campo energético. É a “última peça do quebra-cabeças”, de como o cérebro lê as energias do campo e as traduz em neurotransmissores.

Para mim foi tipo descobrir que o bem vence no final depois de uma trilogia torturante.

Eu sei que é difícil, mas meu feeling diz que isso é essencial. Seria preciso um curso inteiro para desvendar essa tranqueira, mas vou falar aqui também. Até porque Jung merece. Ele afirmava algo assim 50 anos antes da ciência.

Nas estruturas subcorticais da linha média (ESLM) acontece uma parada quântica: dentro dessas coisinhas acontece o que os cientistas chamam de processo oscilatório. Elas criam um campo (todos os neurônios criam, afinal eles têm eletricidade), e esse campo está sempre se alternando, a cada poucos segundos.

Basicamente, dando muitos pulos aí, através dessa alternância de campo quântico, o cérebro escolhe uma dimensão para expressar neuroquimicamente. E ele faz isso… a cada oito segundos.

Pronto, já fez de novo.

Essa teoria está no livro “The Self Embodying Mind”, de Jason W. Brown. Brown é um dos maiores neurocientistas dos novos tempos.

De acordo com o comportamento quântico dessas coisas, ou temos o nível material, neuroquímico, ou o nível imaterial, campo elétrico.

O mais importante é a tese dos caras. O Brown, o Panksepp e o Northoff, três neurocientistas fod@ que estudam neurociência, concluem que o cérebro é uma estação de transformação: ele capta informações do campo e atualiza isso dentro da nossa dimensão de espaço-tempo.

Essa loucura toda obedece ao princípio da sincronicidade. O que está dentro é como o que está fora. Quando algo aparece no campo, aparece, ao mesmo tempo, no cérebro.

Por isso é tão difícil explicar “de onde a depressão vem”. Ela tem alterações cerebrais. Confere. E também tem alterações de campo (que sentiremos como tristeza, angústia, apatia). Ela acontece no cérebro e no campo ao mesmo tempo!

As coisas só ficam melhores: quem manda as informações para as tais estruturas subcorticais da linha média? Os cinco sentidos, ok. E também todos os sentidos internos. A gente sente o campo no corpo.

Essas teorias são a última pá que enterra a antiga neurociência, porque aí não tem como falar: “Ah, o melhor do homem é a capacidade de dizer o que pensa e o que sente”. O resultado desse pensamento ultrapassado é que crianças não são consideradas gente, portadores de malformações não são gente. Repare como isso repercute em toda a nossa vida.

Somente há pouco estamos descobrindo que é o contrário. Lá no tronco está o Eu Maior. O resto é só derivação do processo. Então, crianças já nascem energética e espiritualmente completas, só não dominam a linguagem.

E o que rituais têm a ver com tudo isso? Agora que já temos a nossa “chavinha perdida do quebra-cabeças”, o tronco encefálico, vai ficar mais fácil entender.

Essas pequenas estruturas subcorticais da linha média fazem parte de um sistema formidável, chamado “sistema reticular ativador ascendente”. Ele regula, entre outras coisas, os níveis de consciência.

O ritual nada mais é do que a entrada deliberada e intencional num nível alterado de consciência. Ou seja, o ritual faz o sistema reticular ativador ascendente mudar o “padrão de ativação”. Ou, como chama Jung, “participation mystique”.

O que diacho é participation mystique? É um estado de consciência em que não há diferença entre “eu” e “o mundo”. Você olha o mundo ao redor, e ele faz parte de você. É nesse estado que se entra nas consagrações de Ayahuasca e outras medicinas da terra.

Cara, faz muito sentido. Se a intenção é mudar a trama que envolve você e o mundo, evidentemente temos que entrar num padrão de consciência em que você e o mundo estejam conectados, que sejam uma coisa só.

O que é importante entender é que a essência do ritual é simples. É uma conversa interior, mas com um nível de atenção e foco muito altos. Eu tenho aprendido que os melhores rituais são realmente muito simples. Eu, pelo menos, não gosto de firula.

Preciso de uns três a cinco minutos de respiração profunda e imaginação ativa para “mudar a consciência”. Depois, acendo uma vela. Escrevo algo, se achar necessário. E pronto. Leva pouquíssimo tempo.

Você já faz isso intuitivamente, quando vai se concentrar para algo importante. Pega um café, se ajeita na cadeira. Ou quando escova os dentes e lava o rosto para começar o dia. Tudo isso é um ritual.

Há rituais que eu faço “por aí”, sem nenhum material físico à mão. Por exemplo, uma blindagem energética. Qual a ferramenta? Imaginação ativa. A gente tende a subestimar a imaginação ativa, dizendo algo como “é coisa da minha cabeça”. Mas, se bem feita, é a coisa mais poderosa que existe.

Quem mais você conhece que adora fazer um bom ritual? Compartilha esse “segredo” com essa pessoa!

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