Continuando nosso papo sobre complexos (se você só chegou no nosso café agora, nós já falamos sobre complexos em O que são complexos? e Como lidar com complexos – corre lá antes de continuar a leitura), lembra que eu falei que não podemos racionalizar um complexo? Hoje eu vou trazer a explicação neurológica por trás disso.
Existe um fenômeno chamado “sequestro da amígdala”. A amígdala cerebral (não é aquela que fica na garganta) é a responsável pelo tônus emocional “ruim”: medo, ansiedade, reações a situações desagradáveis e aversivas.
Quando ela começa a ficar MUITO ativa, mas muito mesmo, ela passa a dominar o cérebro. As conexões da amígdala com o córtex pré-frontal (a parte que pensa) são cortadas.
Já viu uma pessoa furiosa, e ninguém consegue controlar? Alguém dando um piti de ciúmes? Alguém que está TÃO aos prantos que não está nem te ouvindo?
Então, esses estados são sequestros da amígdala. A emoção negativa “bloqueia” qualquer razão. E é por isso que, após uma situação dessas, a pessoa nem lembra direito do piti que deu. Como o pré-frontal (que pensa) foi deixado de fora, não há um bom registro.
Aqui, quando falamos de complexos, acontece algo muito semelhante. O complexo ativa a amígdala, e interrompe as conexões com o pré-frontal. Cria-se um curto-circuito, em que todos os pensamentos parecem só servir para reforçar aquele sentimento ruim.
É por isso que não devemos racionalizar o complexo, porque dentro dele, quanto mais você se questiona, mais a amígdala toma o controle do cérebro, mais as reações emocionais se tornam incontroláveis, e mais elas “bloqueiam” a razão.