Coloque em prática esses 4 passos para vencer a compulsão alimentar

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No nosso café anterior, nós conversamos sobre o aspecto simbólico por trás da compulsão alimentar. Hoje nós vamos continuar esse assunto, mas partindo para uma perspectiva mais prática, para colocarmos a mão na massa.

Essa nossa conversa vai focar na compulsão alimentar, mas o mais legal é que o modelo básico vale para tudo. Você pode não ter compulsão alimentar nenhuma, e você vai se beneficiar muito.

Na compulsão alimentar (ou outros tipos de compulsão), nós procuramos prazer imediato no concreto, na matéria. E aí, o que que acaba acontecendo? Nós acabamos “viciando” o nosso sistema de recompensa, que é o nosso sistema interno de prazer. É uma espécie de chama, de desejo, que nos mobiliza a conquistar as coisas. Ele fica fissurado em coisas concretas. E, a partir daí, essa concretude é que cria a dependência. Não é o prazer.

Nós demonizamos o prazer. Não! O prazer é um material simbólico, energético, que nos mobiliza a conquistar degraus cada vez maiores da nossa evolução. Porque nós sabemos, intuitivamente, que num estado maior de prosperidade, de evolução, a vida será muito mais prazerosa. Como nós perdemos a possibilidade de evoluir internamente, a gente vai atrás de comida (ou de outros comportamentos compulsivos, como compras, jogos, pornografia etc).

Neurologicamente, isso se traduz no que se entende como um fenômeno de dessensibilização. Aquele sistema de recompensa poderia sentir prazer com o seu aprendizado, com a sua evolução pessoal, só que isso é um prazer muito sutil. Você tem que prestar muita atenção para pegar esse prazer no ar.

Se você acostuma o sistema de recompensa com uma comida, que é uma coisa concreta, com açúcar ou cigarro, por exemplo, que é um prazer neuroquímico imediato e não precisa de esforço, esse sistema de recompensa vai ficando preguiçoso, para tudo na vida.

Então acaba acontecendo o quê? A dinâmica do vício. Aquele material concreto repetido, que promove grandes ondas imediatas de prazer, quando acaba faz com que o sistema de recompensa precise de mais. Porque ele vai ficando meio acostumado a estar sempre estimulado, e fica mais difícil de responder a coisas pequenas.

Ele precisa de mais açúcar. Ele precisa de mais prazer em outras áreas. Ele precisa de mais reforço concreto. Às vezes, até uma selfie, para quem tem essa questão, acaba virando uma fonte de prazer. O celular é uma fonte de prazer, ficar olhando as notificações do WhatsApp.

O que fazer agora, então?

O primeiro passo nós já revelamos no nosso papo anterior sobre esse assunto: comece identificando o material concreto que está em desequilíbrio. É comida? São compras compulsivas? Vício em cigarro, pornografia? Onde estão as PISTAS CONCRETAS do seu desafio interior?

Usando o exemplo da compulsão alimentar, você vai escrevendo tudo o que te vem à cabeça a respeito dessa situação. Talvez te venha que há uma necessidade de conteúdo interior. Afinal, a comida vai para onde? Para dentro.

A compulsão alimentar surge quando a vida está muito concreta, só boletos e problemas. O corpo sente falta do seu verdadeiro alimento: o simbólico. Coisas internas, de dentro, nos preenche de uma forma que um prato de batatinhas não consegue fazer.

E se a compulsão, qualquer que seja, for muito antiga, devemos tratá-la da mesma maneira, olhando da mesma forma? Com certeza! E você fica mais chocada/o quando vê que sempre foi a mesma questão, de diferentes formas ao longo da vida, mas a essência da questão é a mesma.

Certo, esse é o passo 1. E qual é o passo 2?

Agora é hora de partirmos para a imaginação ativa. Se você nunca ouviu falar sobre isso, dá uma olhadinha nesse nosso papo sobre isso. E nesse outro aqui, onde trouxemos a explicação neurológica que existe por trás dela.

Imagine que você está com o seu guia espiritual na sua frente. O que você diria para ele? Sobre O QUE VOCÊ QUER? Eu sei que pode parecer meio tosco, mas funciona surpreendentemente bem. Converse com seu guia, escreva em seu caderno.

Você não vai falar “quero uma bolsa”, ou “quero aquele boy lixo de volta”. Veja, ele é o seu guia espiritual, você não quer passar vergonha.

Esse tipo de pergunta te ajuda a focar na sua missão de vida. E, perceba, quando falamos em missão, sabemos que é algo mais do que abrir uma loja. Mas você pode colocar assim: “Quais passos concretos posso fazer para realizar minha missão simbólica?”

“O que eu quero da minha vida, simbolicamente? Quais são os meus passos? O que eu quero vivenciar de forma concreta? O que eu não faço questão? O que eu não quero de jeito nenhum?” Uma boa e franca conversa, sem passar vergonha, por favor.

Não se preocupe, se não render nada na primeira conversa. Nós estamos tão desacostumados à ideia de que quando nós entramos na vida interior somos realmente livres, que precisamos de um tempo. E se você não souber nada de nada, fica com a imagem do Neo conversando com a Oráculo: é só a Matrix.

Depois disso nós iremos pro passo número 3, que é o quê? Nós acionaremos a pequena gente (oi, pequena o quê?) para transformar um campo fraco em um campo forte.

Campo fraco é quando o sistema cerebral de recompensa está doente. Ele está preguiçoso, fraco, letárgico. A procura é pelo prazer imediato, pelo prazer concreto. Num campo forte o sistema de recompensa está pleno, ele produz prazer pela simples alegria de existir. E nós vamos ativar isso.

O que fazemos, então? Primeiro, esteja PRESENTE. Aqui, o prazer está onde? Está no aprendizado, na descoberta, na construção de uma nova força. É você perceber que a cada dia está construindo um campo novo para você. Um campo que vai fazer com que a sua vida se frutifique de muitas formas.

Qual é a sacada aqui? O prazer não é mais um prazer pelo prazer. O prazer pelo prazer, simplesmente, é um tanto triste. Agora, o prazer é a força motora. O motor. Ele é legal quando pode te levar para algum lugar. Então, se o prazer vai te conectar a alguma coisa mais profunda, use o prazer junto com alguma coisa que te faça crescer. Esse é o segredo. Isso te deixa cada dia mais forte.

E então converse com os pequenos trabalhadores do inconsciente. Dê para si mesma recompensas simples e gostosas. Porque isso aqui vai ser um combinado com a sua pequena gente, você vai se dar um presente no final de cada dia desse compromisso consigo mesmo.

Pode ser uma canetinha, uma meia hora de TV, de livro, um banho gostoso com sais de banho, um passeio no parque… O que for prazeroso para você.

Há ainda um 4º passo, e não menos importante: desvie do complexo, converse com as sombras. Procure sombras autopunitivas, sombras de raiva contra si mesma/o, e trabalhe em cima disso (nesse texto nós ensinamos como lidar com complexos).

Com essas quatro etapas, uma boa parte da compulsão, do imediatismo, já foi embora. Você vai achar muita coisa. Você vai escrever e vai ficar: “Putz, era isso!” Precisa ser perfeito? Não, não é uma coisa cri cri. É o estado de estar nessa vibe.

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