Interpretação de sonhos, como começar?

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Quando falamos em interpretação de sonhos, temos que ter em mente que é algo extraordinariamente difícil. Desde tempos imemoriais, quem tivesse um feeling a mais para isso já seria o próximo xamã da tribo.

Porque os sonhos têm uma forma de ser que é a seguinte: eles não são sempre decifráveis. E nós temos que nos habituar a isso. É um exercício de humildade.

O pulo do gato é ter em mente que o trabalho com os sonhos vai além de “entendê-los”. Isso é ótimo, mas é lucro.

Esse é um trabalho energético mesmo. Você passa a ter mais poder interno. E sem poder interno não há mudança. Digamos assim, os sonhos são o caminho, não o destino final.

Mas tem alguns macetes para gente como eu e você, que vão facilitar essa jornada.

Primeiro macete: você não precisa interpretar todos os sonhos. Você acha que eu entendi bulhufas do que sonhei nessa noite? Entendi foi nada!

Os sonhos que você realmente precisa interpretar são poucos. Só que esse UM sonho que você interpretou vai te dar uma informação inestimável.

Por exemplo, uma moça, que estava se programando para uma sociedade com uma amiga, mandou um sonho no direct do Instagram que deixava claro que ela deveria cair fora.

Você tem ideia da economia de tempo-dinheiro-energia que isso representou? Das dores de cabeça que ela conseguiu escapar? Dos desgastes que evitou com a amiga?

Esse é o poder dos sonhos: eles não são aleatórios, não nos contam coisas que já sabemos. São mensagens do nosso inconsciente que falam o que ainda não sabemos, e podem nos apresentar soluções, trazer curas, apontar direcionamentos pro nosso momento de vida etc.

Ontem mesmo eu tive terapia, e estava toda ansiosa. Tinha CINCO sonhos sensacionais para analisar com minha terapeuta. Cinco! No fim das contas, ficamos a sessão toda em cima de UM sonho.

Sério, o sonho estava me dando de bandeja exatamente o que eu precisava, e ia passar batido. Tem noção do impacto dos sonhos na nossa vida depois que a gente começa a entrar em contato com essa “nova língua”? Eles são lindos demais!

E aí talvez você esteja se perguntando: tá, mas QUAIS sonhos a gente vai se dar ao trabalho de interpretar? Todos? Mesmo aqueles que aparentemente não têm pé nem cabeça? E se eu tiver muitos sonhos? Socorro!

Num primeiro momento, vamos começar com aqueles que estão super vivos na nossa cabeça. Que são bem nítidos. Que deixam a gente super intrigado, coçando de vontade de entender.

Pode ser um por mês. Um por ano. Não importa. A gente começa com esses, e à medida que formos desenvolvendo essa habilidade passamos para outros.

Segundo macete: você não precisa entender o sonho todo. Vai ter MUITA coisa no meio do sonho que você vai ficar boiando, e vai deixar para lá. Se você pegar alguns pedacinhos, algumas partezinhas mais fáceis, está ótimo já.

(Você não sonha? Confere esse texto onde dou dicas para sonharmos mais e termos sonhos melhores.)

Agora, como vamos saber o que é realmente importante no sonho, o que deixar para lá ou não? Que partes são “descartáveis”? Será que não corremos o risco de fazer uma interpretação distorcida das coisas, com base nos elementos que escolhemos ao acaso?

Felizmente, temos uma boa resposta para isso.

Primeiro que não é que a parte que a gente não entendeu seja descartável. A gente é que simplesmente não entendeu. Não é que o sonho não faça sentido. Nós é que somos ignorantes.

A nossa sorte é que o inconsciente sabe que a gente é ignorante.

Então ele dá vários elementos que produzem a mesma associação, com a esperança que pelo menos uma delas a gente entenda. Por isso o sonho não é linear. É um fractal. Mesmo que faltem peças, a gente consegue ter uma noção do cenário geral do sonho.

Segundo que a interpretação correta, bem como Jung fala, dá um estalo. Um clique lá dentro. Se não deu estalo, continue tentando. Simples assim.

E aí, quando esses estalos vêm… parece que a mente explode.

Isso aconteceu comigo. Comecei a prestar mais atenção nos sonhos por causa de Jung. Sem muito essa coisa de interpretar nem nada, só prestando atenção mesmo.

Fica claro para mim, hoje, que isso foi uma transformação energética surreal. Surreal. Porque os sonhos fazem isso. Eles se transformam, ficam mais lúcidos. E eles nos transformam.

Você começa a ter ideias diferentes. Começa a ter mais coragem. Começa a focar em outras coisas. Basicamente, deixa de ser um subproduto do mundo, para realmente entrar em algo muito diferente.

Interpretar os sonhos é ótimo, mas é lucro. Só prestar atenção, por si mesmo, já é a magia mais poderosa que eu vi.

Entendendo que a verdadeira linguagem do inconsciente é simbólica (através de símbolos), se aprendemos essa linguagem, somos livres para CONDUZIR o nosso processo. Fazer do nosso jeito.

Se não aprendemos, acabamos presos em nossas próprias limitações. Como acontece com a imensa maioria das pessoas.

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