Quando estamos diante de uma situação que envolve escolhas, podemos ficar em dúvida de qual direção seguir. E aí, se uma ideia/sensação dá as caras, é comum bater a dúvida: como saber se isso que surgiu é uma intuição, um presságio, ou se é uma paranoia, um pensamento tóxico?
Com o tempo e a prática, vai ficando mais fácil distinguir um do outro. Mas se você ainda não sabe dizer muito bem o que é o que, uma estratégia que ajuda bastante é saber que intuição e paranoia são BEM diferentes entre si. Só que não em termos de conteúdo mental, mas de repercussão no CAMPO.
Por isso, precisamos aprender a identificar a “assinatura energética” daquilo. Da mesma forma que olhamos o remetente de uma mensagem.
Um “simples” pensamento tóxico, que vem do hábito da reclamação, de já pensar “não vai dar certo, não vou conseguir”, e que abre espaço para o medo, vem com uma contração do campo. Você se sente diminuindo. Como se todo o seu abdômen contraísse.
Se aquilo se mantiver e você não cortar fora, se sentirá desvitalizado.
Um exemplo muito bom disso é, no mundo de Harry Potter, o bicho-papão. Se você não conhece, o bicho-papão é um serzinho que assume a forma do seu maior medo. E aí, você precisa visualizar, enxergar algo engraçado (exemplo, colocar o chapéu da avó no monstro) e proferir o feitiço “Riddikulus”.
Esse é um ótimo exemplo de habilidade psíquica. Através da concentração e da vontade, você manipula aquele material do medo, e ele deixa de ser tão assustador para você. O campo muda. Você volta a respirar, a se sentir mais leve.
Por outro lado, isso não funcionará com uma intuição ou um “presságio”.
Porque a verdadeira intuição NÃO contrai o campo. Você recebe a informação, mas continua num estado de serenidade. De “centro”.
Na hora de “manipular” aquilo (como se fosse um bicho-papão), você percebe que a informação não vai embora. Seu campo está tranquilo, sereno, mas aquele alerta continua lá. Bem no fundo.
Ou seja, sem um mínimo de treino psíquico, você terá muita dificuldade de diferenciar uma intuição de uma paranoia.
Mas uma forma muito eficaz de diferenciá-los é através dos sintomas do nosso corpo. Frio na barriga, mal estar, aperto no coração… intuição que algo vai dar ruim ou é só medo mesmo?
Repare que o sintoma fala sobre nós mesmos. Por exemplo, pode ser que você esteja se cobrando muito, insistindo teimosamente em algo que não te faz bem, ignorando uma necessidade profunda sua etc e mais etc. O sintoma diz que continuar nesse caminho não é uma boa.
Já a intuição não. Ela é uma informação a respeito do ambiente externo, que você não teria como saber.
De uma forma geral, antes de conhecer sua intuição, você precisa conhecer seu medo. Em que situações ele se apresenta? COMO ele se apresenta, fisicamente falando?
E aí, quando aparece, é muito natural ficarmos em dúvida se aquele desconforto na barriga é medo ou um “pressentimento ruim”. Afinal, ambos são físicos. E ambos são refletidos pela ínsula.
Então se isso acontecer, considere mais provável que seja medo.
Agora, o fato de ser medo não significa que você deva deixar para lá. Entenda esse medo. Ele também tem informações interessantes. Vai ter situações que precisam ser enfrentadas, com medo ou não. E há situações que temos que respeitá-lo.
Vou contar um causo que aconteceu comigo que exatamente isso.
Um tempo atrás, quando a Sarah era mais nova, meu pai tinha vindo com uma ideia de irmos de carro passar o natal em Gramado. E na volta passar o ano novo na praia. Ele tinha sugerido isso no começo do ano, e eu, sem prestar muita atenção, topei. Ele já foi ver as reservas e tudo, bem empolgado.
Mas aí, mais perto da viagem, sempre que eu pensava nela, ficava ansiosa. Batia o nó na barriga que eu conheço bem como a minha ansiedade/medo. Tive isso no dia da prova do Detran, e em muitas outras situações.
Não era um “mau pressentimento”. Era ansiedade mesmo. Basicamente, depois de alguns dias, eu decidi que não dava para ignorar mais.
Conversando com esse mal-estar, a minha conclusão foi que se devia ao fato de que seria um perrengue infinito viajar tantas horas de carro com a Sarah, que mal suportava ficar duas horas lá dentro. E tudo ia sobrar para a mãe aqui. Porque a Sarah estando estressada, quem ia ter que dar conta era eu, mais ninguém conseguiria.
Daí eu comecei pensar em alternativas.
E aqui um parêntese: para mim, é muito difícil “quebrar” um combinado feito com a minha família há tantos meses. Tínhamos reserva de hotel pelo caminho em que iríamos, estava tudo organizadinho. Mas aquele medo estava me incomodando tanto que eu tive que escutá-lo.
Solução: decidi ir de avião. E quando tive essa ideia, o medo desapareceu 100%. Ah, então era isso. Não era um “mau presságio” de que algo ia dar ruim.
Contei pro meu pai, e ele até tentou: “Ah, mas a gente se reveza para cuidar dela etc, etc”, daí a sensação ruim voltou.
“Não, pai, vocês vão de carro, nós vamos de avião. Assim ninguém se estressa.” Pronto, passou aquele nó na barriga. Na minha leitura, o medo estava me avisando que eu ia me estressar um monte. E tinha necessidade, naquela situação? Não, não tinha.
Fim que fomos mesmo de avião e a viagem foi ótima.
Então veja, essa é uma estratégia muito simples e eficaz. Quando acertamos a questão, a ansiedade diminui imediatamente. Era aquilo que o inconsciente queria que você percebesse. E dá para extrapolar isso para muitas outras situações.
Ou seja, intuição é estar aberto para captar o campo de informações que está disponível para nós. As informações estão todas no campo. Nós até podemos não conseguir ler tudo, ok. Mas cada situação tem todas as informações necessárias disponíveis.
E com o treino vai ficando cada vez mais fácil identificar o que é intuição e o que não é.
Conhece aquela pessoa que sempre fica na dúvida do que é intuição ou paranoia? Compartilha esse texto com ela!