Costumo dizer que a mente racional só sabe trabalhar naquilo que já está criado.
Então se você quer algo inteiramente novo, como prosperidade num ambiente de escassez, sucesso numa família em que isso nunca existiu, um relacionamento saudável quando o passado é doloroso, você precisa de… potencial criativo.
Certo, mas como criar essa realidade nova? Por exemplo, como sair do modo de sobrevivência para o crescimento sem sentir que está enganando a si? Afinal, é muito mais fácil falar para não se preocupar com os boletos do que de fato deixar de se preocupar com eles.
Qual é o segredo aqui?
A palavra é segurança. O cerebrozito precisa se sentir SEGURO.
Veja, nosso cérebro ainda tem o mesmo design de milhões de anos atrás. Enquanto ele achar que você pode ser comido por um leão, ele vai ativar o modo de sobrevivência. E não vai deixar você fazer nada que envolva longos prazos.
A boa notícia é: são raras as situações, hoje em dia, em que de fato precisemos desse modo de sobrevivência. Basicamente, seriam as situações em que você pode morrer nos próximos cinco minutos.
Você está numa rua perigosa, coisas do tipo? Aí sim, modo de sobrevivência ON – e tem que estar mesmo.
Essa é a boa notícia, nosso cérebro precisa de muito menos do que você ACHA que ele precisa para se sentir seguro. Em resumo, ele só precisa que você não esteja à beira da morte.
Por exemplo, digamos que você está preocupado com os boletos. Isso não vai te matar nos próximos cinco minutos, certo? Só que o problema é que o seu cérebro NÃO SABE DISSO. Então ele vai reagir da mesma forma: “perigo, perigo! Fujam pras montanhas! Socorro! Ahhh”.
Então você só precisa “ajustar” o seu parâmetro de segurança. E avisar o seu cérebro de que ESTÁ TUDO CERTO, AMIGUINHO. Se você não estiver prestes a ser atacado e ir pro beleléu nos próximos minutos, você pode entrar em modo de crescimento.
Porque veja, o trabalho do teu cérebro é te manter vivo. Todas as outras coisas, tipo felicidade, amor, inteligência e tal, ele só vai fazer se a primeira parte estiver ok.
Por isso, quando você pensa “ai meu Deus, os boletos!”, ele entende “ai meu Deus, vou morrer”, já que o cérebro não entende o conceito de preocupação “inútil”. Ele confia em você. Para ele, se você está preocupado, é porque você está convicto de que vai morrer.
É por causa disso que a ansiedade virou um problema global crônico. Nosso cérebro não foi naturalmente ajustado para “preocupações do que pode acontecer daqui a x anos”. Resultado: ficamos adoecendo aos montes.
Solução: o que o seu cérebro não faz naturalmente, precisa ser ajustado por você.
É pá-pum? NÃO, não mesmo. É nesse ponto que o bicho pega, e muita gente desiste no meio do caminho. Porque não é da noite pro dia. Você não vai praticar isso uma vez, duas, três, e pronto, sua realidade mudou.
Não. Você vai precisar reafirmar, e se lembrar desse texto aqui umas 50 vezes POR DIA. Afinal, estamos falando de um circuito BÁSICO, muito enraizado.
Por isso que no R8 eu encho o saco falando: “agora você vai fazer esse exercício todo santo dia”. Todo dia mesmo. É chato, mas é justamente o que funciona. E MUITO.
Mas como mostrar pro cérebro que estamos seguros?
A melhor frase, eu acho, é repetir pro cérebro: “tenho tudo o que preciso”.
E antes de você achar isso papo de bicho-grilo, coisa de quem está descolado da realidade, saiba que neurologicamente isso é mais do que provável.
Lembra que eu falei lá no começo que o cérebro só admite uma realidade que já tenha sido imaginada?
Pois então, ele gasta boa parte dos seus recursos energéticos criando realidades (a famosa rede de modo padrão).
E o que é essa rede de modo padrão?
Bom, os neurocientistas, lá na década de 1970, estavam investigando o que acontece quando a mente não está focada em uma tarefa específica, como preparar uma apresentação pro trabalho, montar uma planilha super complexa, aprender um novo idioma, e por aí vai.
A pesquisa começou com exames de imagem cerebral, onde pessoas faziam atividades e também relaxavam. E os cientistas notaram uma coisa curiosa: quando os voluntários não estavam fazendo nada em especial, só distraídos, com a mente vagando por aí, certas áreas do cérebro se comunicavam mais entre si do que em outras horas, pareciam acender como uma luzinha de Natal. Eureka! Encontraram a rede de modo padrão.
O interessante aqui é que a galera da rede de modo padrão é super faminta! Ela consome uma boa parte da energia cerebral quando está a todo vapor.
Ou seja, é simplesmente um desperdício gastar isso para ver TV ou ficar mexendo no celular.
Agora, o que pouca gente sabe é que a rede de modo padrão tem muita conexão com… padrões emocionais. Ela anda de mãos dadas com nossos pensamentos sobre nós mesmos e com os outros, além de influenciar a forma como processamos nossas experiências.
Por isso, se você fica naquele looping que tem muito boleto para pagar, o dinheiro não vai dar, tem que se esforçar muito, fica sentindo toda aquela angústia, aflição, etc etc etc, o seu cérebro está captando com muita atenção tudo isso que você SENTE.
Então aquilo ganha a etiqueta cerebral de “isso é mau. Isso gera ansiedade. Isso gera sofrimento”. E o que o cérebro faz com o que está associado a sofrimento? Tenta se livrar daquilo! Pois é, o dimdim que entra logo some, muitas vezes de uma forma inexplicável.
O que acontece aqui? O cérebro está configurando toda a tua realidade de acordo com aquilo que você acredita. Ele vai selecionar os pedaços de realidade que são condizentes com a sua crença, independentemente qual seja ela.
Ou seja, o modo como você enxerga as coisas do lado de dentro se reflete diretamente do lado de fora.
E por que isso está tão relacionado com o dinheiro? Porque o dinheiro é uma ponte. Ele cria conexões. No nosso mundo material-simbólico, esse é o papel dele, ser nosso professor. É a forma de energia mais imediata a que temos acesso. Então é com ele que aprendemos a manusear essa energia.
E como é energia, ele se torna EXATAMENTE aquilo que vemos e sentimos.
Vou repetir, porque é muito importante: o dinheiro é energia. Ou seja, ele assumirá a forma EXATA daquilo que você vê nele. Se ele está associado a dor, sofrimento, esforço, é isso que ele se torna na sua vida.
Por isso, o melhor lugar para encontrar a prosperidade é dentro de nós, começando pelo modo como você enxerga (e constrói) sua realidade hoje.
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