Consistência diária na manutenção de hábitos saudáveis: o impacto no cérebro

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Não sei se você já reparou, mas por que, quando começamos uma rotina produtiva, por causa de duas ou três vezes que não a praticamos, parece que voltamos à estaca zero e demora um tempo para voltar à rotina saudável que estávamos?

É muito injusto, né? Também fico revolts.

Inclusive, quando você estuda mais sobre o cérebro, isso te ajuda a “temer” (de uma forma saudável) o dia que você “enfia o pé na jaca”.

UM diazinho, vá lá. Mas a partir do segundo dia que você bagunça sua rotina, as sinapses que mantinham essa nova circuitaria “saudável” começam a se desfazer. O cérebro é a máxima da missão diária, você não pode deixar a peteca cair.

Por exemplo, uma vez uma seguidora comentou comigo o seguinte: “Eu fiz o Maestria do Dinheiro, e as coisas fluíram de uma forma linda! Daí eu fui seguindo a vida, e as coisas foram empacando de novo. Voltei para a escassez”.

Ou seja, assim como outros hábitos saudáveis, o compromisso com a prosperidade precisa ser diário. É impressionante como não dá para “deixar para lá”.

Pense nos monges do Tibete. O que eles fazem de manhã logo cedo? Meditam. Sem falta.

“Pô, mas o cara medita todo santo dia há 20 anos. Ele pode se dar ao luxo de dormir até tarde ao menos uma vezinha, não?”

Não. O cara medita toda santa manhã, e vai continuar fazendo isso pelos próximos 20 anos.

O que temos que ter em mente é que esse mundo tem uma vibração de escassez e ignorância. Então é fácil “voltar” para ela. Ou seja, A PETECA NÃO PODE CAIR.

Nesse sentido, olha o que uma outra seguidora comentou:

“As coisas por aqui só deram uma guinada (em todos os sentidos da prosperidade) quando parei de tirar “férias” aos finais de semana (alimentação, exercícios, estudo, um tiquinho de trabalho, rotina de autocuidado etc). Foi crucial!”

Essa aí já matou no peito um dos primeiros princípios da produtividade (e da construção de bons hábitos): não existe fim de semana. O cérebro não entende esse funcionamento de 5 dias de um jeito, 2 dias de outro.

Você pode mudar a programação, claro. Mas não pode virar uma mosca morta por dois dias inteiros.

Sabe que nisso a maternidade aumentou a minha produtividade de uma forma impressionante? E eu desconfio que foi porque para uma mãe não existe final de semana e nem férias.

Então, se eu quisesse descanso, ou ter um mínimo de sanidade mental, tinha que colocar momentos para isso durante o dia. Um pouquinho todo dia. Não tinha o fim de semana para “me salvar”.

Outra coisa: férias. Férias é um problema sério.

A gente acha que não, mas férias fazem “mal” pro cérebro. Por isso todo mundo começa o ano meio lento.

E isso não sou só eu que estou falando. Teve inclusive um famoso estudo que comparou estudantes americanos e asiáticos: eles queriam entender por que as crianças de escolas asiáticas tinham uma performance tão superior às americanas.

Daí eles pegaram o mesmo nível social. Boas escolas em Nova Iorque e Hong Kong.

O QI das crianças no primeiro ano era o mesmo. A qualificação dos professores era a mesma. O currículo escolar, com diferenças mínimas, era essencialmente o mesmo. Mas depois de 5 anos, o QI das crianças asiáticas e a performance naqueles testes que eles faziam deixava o QI das crianças americanas comendo poeira.

Por quê?

Os asiáticos são mais inteligentes? Não. Aliás, crianças de origem asiática que fossem para os EUA acabavam tendo uma performance como a das americanas. E vice-versa. Também não era a alimentação. Eles já excluíram essa variável no estudo.

A questão, descobriram os pesquisadores, estava num traço cultural dos asiáticos.

São 3 meses de férias, certo? 3 meses é muita coisa. É um quarto do ano. E as crianças americanas, nas férias, faziam… nada.

Ficavam jogando beisebol, indo nadar no lago, ou (no caso dos adolescentes) fazer os famosos trabalhos de verão para ganhar um din-din.

Então, o desempenho nos testes de inteligência, atenção e persistência começava péssimo no início do ano letivo. Ia melhorando ao longo do ano. Chegava ao máximo da performance no final desse ano letivo. E então vinham as férias. Daí nos testes pós-férias, eles tinham RETROCEDIDO muita coisa. E levavam meses para “reaquecer” de novo.

E as crianças asiáticas?

É da cultura asiática que, nas férias, as crianças viajam para conhecer museus, locais históricos e outras culturas. Ou seja, enquanto uma criança americana está jogando beisebol, a asiática está com os pais (ou em “colônias de férias”) visitando o Louvre.

O temos aqui? O aprendizado pode ser mais suave, mais lúdico, mas NÃO PARA.

Nas férias, as crianças estão lendo, aprendendo outra língua, outra cultura. Isso é da cultura deles (veja que o estudo foi feito com as melhores escolas dos Tigres Asiáticos – Hong Kong, Cingapura e tal).

E aí, batata: quando começava o ano letivo, o cérebro delas continuava “ativo e operante”. Não tinha a famosa ressaca de 2 meses até embalar os estudos.

Parece pouco. Mas compute isso por 5 anos. A diferença era surreal.

Mas aí podemos cair numa cilada da cobrança pela produtividade. Como foi muito bem levantado por uma seguidora:

“Mas, em termos de pressão para serem os melhores, para não descansarem nunca, para serem sempre produtivos… isso não tem um lado negativo de ativar sombras e complexos? Nas férias, meus filhos brincam muito e aprendem novas atividades, como escalada. A atividade física não faz bem para o cérebro? Não compensaria um ritmo menor nos estudos?”

Essa foi uma pergunta que os pesquisadores fizeram.

O primeiro ponto interessante é que para “manter” o cérebro aquecido precisa só de 30 minutos por dia. Dá para aproveitar bastante as férias sim. Mas esses 30 minutos são importantes.

Uma leitura, por 30 minutos, parece ser o suficiente. E então sobra o dia inteiro para se divertir de outras formas. Ou ter algum tipo de aprendizado. Línguas, cultura, algo que leve à reflexão.

Já quanto à cobrança, existe um outro estudo, na mesma linha, que considera isso. É muito claro, para qualquer pesquisador, que a cobrança está associada à queda da performance.

Parece existir um nível ideal de cobrança (seja externa ou interna). Quando excessiva, o desempenho cai. E aí era nítido para os pesquisadores identificarem as famílias que cobravam em excesso e as que davam suporte e recursos.

Mas e o cérebro? Ele não precisa descansar?

Curiosamente, “não”. Na verdade, se esse descanso for “apatia”, ele odeia (já percebeu como a gente fica depois de horas maratonando uma série? Ou rolando a tela do celular?).

O que acontece é que misturamos trabalho/estudos com estresse. O que acontece é que, sim, o cérebro precisa descansar do estresse. Se não tiver esse tal do estresse, melhor ainda.

Por isso, precisamos aprender a funcionar sem estresse. Isso é fundamental. E aí, nossa! Nosso cérebro não precisa (e nem quer) descansar um dia sequer.

Ou seja, o ideal é:

1. Tire o estresse da equação. O estudo, o trabalho, o aprendizado, a rotina de hábitos saudáveis precisam ser prazerosos. Quando “deu”, e você cansou, larga e vai viver a vida.

2. Mantenha isso diariamente. Nem que seja um pouquinho.

A diferença, a longo prazo, é dramática.

Mas veja, não estou falando aqui de pirar de querer produzir e não se permitir descansar. Não, nada disso. Aliás, nem dá para chamar isso de produtividade. É ansiedade mesmo. Esse que é o famoso “se esforçar demais” (e aí não rende).

É como um pêndulo: de um lado está o “descanso absoluto”, a apatia, a inércia. Do outro, as atividades sem pausa. É preciso achar o equilíbrio, o caminho do meio.

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